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Mato Grosso do Sul, 18 de março de 2025
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Após escândalos de corrupção na prefeitura de Sidrolândia, prefeita aumenta contrato investigado para R$ 8,8 milhões

Vanda Camilo aditivou contrato investigado em esquema de corrupção chefiado pelo genro, Claudinho Serra.

Arquivo

Após escândalos de corrupção em sua gestão, prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP), publicou nesta terça-feira (9) um termo aditivo que eleva para mais de R$ 8,8 milhões o contrato com a GC Obras de Pavimentação Asfáltica Eireli (CNPJ 16.907.526/0001-90).

A empreiteira e o contrato são investigados na terceira fase da Operação Tromper, que colocou na cadeia o genro da prefeita, Claudinho Serra e o Chefe de licitação da Prefeitura de Sidrolândia, Marcus Vinícius nomeado por Vanda, como chefe de Divisão de Compras e Licitação, mesmo respondendo processos por suspeita de corrupção enquanto atuava na SAD (Secretaria de Estado de Administração).

Claudinho Serra exerce o cargo de vereador pelo PSDB em Campo Grande e, de acordo com as apurações, estaria à frente de um esquema envolvendo desvio de verbas públicas da Prefeitura de Sidrolândia nos últimos tempos.

Além de Claudinho, outras 7 pessoas foram detidas a pedido do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e estão sendo interrogadas esta semana.

A mudança no montante do acordo em investigação foi registrada no Diário da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul). Além da própria líder municipal de Sidrolândia, o empreiteiro também assina o extrato do termo aditivo.

Segundo informações divulgadas, houve um aditamento no contrato 35/2023 com a empresa GC Obras de Pavimentação Asfáltica Eireli (CNPJ 16.907.526/0001-90). O montante acrescido foi de R$ 470.625,07, elevando o valor total para R$ 8.884.254,95.

O acordo se trata da melhoria das ruas e sistema de escoamento de água na localidade de Sidrolândia. No entanto, o documento foi assinado em 26 de março, sete dias antes da terceira etapa da Operação Tromper, que aconteceu em 3 de abril.

Empreiteiro pagou fiança para sair da prisão.

A GC é um dos alvos de mandados de busca e apreensão e atua no mesmo local da AR Pavimentação e Sinalização Ltda (CNPJ 28.660.716/0001-34).

Além disso, o empreiteiro da Cliton, Nonato Correia, foi preso na quarta-feira na Operação Tromper (3). Ele é proprietário da GC e foi pego com uma arma.

Durante o cumprimento de mandado de busca e apreensão em local onde atuam duas empresas, CG e AR Pavimentação, a Polícia Militar descobriu armas de fogo. Dessa forma, a pistola e as munições 9 mm foram apreendidas sem registro e documentação. Por conta disso, Clayton foi preso e levado para a delegacia. Ele disse que ficou com as armas de Thiago Rodríguez Alves, que foi um dos alvos da operação e foi preso por medida cautelar.

Para garantir a liberdade do réu, o juiz Jorge Tadashi Kuramoto determinou fiança de R$ 15 mil. O valor foi pago no mesmo dia e o empresário foi liberado.

O contrato foi criado logo após o prefeito de Sidrolândia entregar o “cofre” para Claudia Serra.
Segundo o Gecoc, o Cleiton GC foi criado cerca de 80 dias depois de Claudiu Serra (PSDB) assumir o cargo de secretário de Fazenda da cidade, indicado pela sogra, o prefeito Cidrolândia, no início de 2022. Pouco depois da sua criação, a empresa ganhou um concurso e obteve um contrato de embalagem. Além da ligação entre Clayton e Claudia, haverá também uma ligação entre Thiago Alves. Isso porque Thiago foi ex-assessor de Claudio Serra.

Cláudio não foi eleito, mas permaneceu deputado na Câmara de Campo Grande.
Mesmo assim, ele finalmente assumiu o cargo em março, quando Ademir Santana (PSDB) abriu mão do cargo de vereador para atuar nas primárias de Beto Pereira (PSDB) para a Prefeitura de Campo Grande. Os sujeitos da investigação negociaram recursos da Agesul.

Em sua investigação, o Gecoc mencionou Thiago como figura influente na Agesula (Agência Nacional de Gestão Empresarial). Ele atuaria como uma espécie de “elo de ligação” entre o poder público e a organização criada assim que Wanda Camilo assumiu a prefeitura de Sidrolândia.

Além do contrato da GC com Sidrolândia, a AR Pavimentação possui atualmente um contrato de R$ 50 milhões com a Agesul. De 2020 a 2021, Thiago ocupou cargo no governo do estado, ou seja, na Secretaria de Governo, com salário de aproximadamente R$ 15 mil.

Além disso, outros dois membros do conselho de Cláudio também estão sendo investigados, um chamado Carmo Júnior foi preso e outro, Heberton, tem mandado de busca e apreensão expedido contra ele. O advogado de Clayton, Clayton Bayve, entrou com um pedido de libertação temporária. Seu companheiro, Edmilson Rosa, foi libertado sob fiança de R$ 1.500 e também foi acusado de porte de arma de fogo no dia de sua prisão.

Operação Tromper

Conforme as investigações do Grupo Especial do Ministério Público, a existência de uma organização criminosa especializada em fraudes em licitações e contratos administrativos ficou evidenciada nas apurações, que tem como alvo a Prefeitura de Sidrolândia.

Ainda, entre as ações da organização, o GECOC cita a prática do pagamento de propina feitos a agentes públicos municipais, além da identificação de um “braço” do esquema que envolvia atuação no ramo de engenharia e pavimentação asfáltica.

Também, o Ministério Público aponta que os contratos já identificados e objetos da investigação alcançam o montante aproximado de R$ 15.000.000,00.

Nas etapas iniciais da Operação Tromper, os agentes conduziram uma averiguação sobre atos ilícitos na administração pública de Sidrolândia. Foi constatada, de acordo com o Gecoc, uma espécie de conluio entre empresas que concorreram em processos licitatórios e celebraram acordos para prestação de serviços com a Prefeitura local, os quais totalizam quantias vultosas.

Conforme as investigações continuaram, também se averiguou a presença de um grupo criminoso focado em fraudes em concorrências e desvio de recursos públicos, além do suborno a servidores públicos, inclusive em troca de informações confidenciais do governo municipal.

Confira a lista dos presos na Operação Tromper:

  • Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho (Claudinho Serra);
  • Carmo Name Júnior;
  • Ueverton da Silva Macedo;
  • Ricardo José Rocamora Alves;
  • Milton Matheus Paiva Matos;
  • Ana Cláudia Alves Flores;
  • Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa;
  • Thiago Rodrigues Alves.

A operação também cumpriu 28 mandados de busca e apreensão, incluindo nos endereços dos oito réus que foram alvos de prisão.

Lista dos alvos de busca e apreensão na Operação Tromper:

  • 1) Cláudio Jordão de Almeida Serra Filho;
  • 2) Carmo Name Júnior;
  • 3) Ueverton da Silva Macedo;
  • 4) Ricardo José Rocamora Alves;
  • 5) Milton Matheus Paiva Matos;
  • 6) Ana Cláudia Alves Flores;
  • 7) Marcus Vinícius Rossentini de Andrade Costa;
  • 8) Thiago Rodrigues Alves;
  • 9) Luiz Gustavo Justiniano Marcondes;
  • 10 Jacqueline Mendonça Leiria;
  • 11) MP Assessoria e Consultoria e Serviços Ltda;
  • 12) Rafael Soares Rodrigues;
  • 13) Paulo Vítor Famea;
  • 14) Heberton Mendonça da Silva;
  • 15) Roger William Thompson Teixeira de Andrade;
  • 16) Roberta de Souza;
  • 17) Valdemir Santos Monção;
  • 18) Cleiton Nonato Correia;
  • 19) GC Obras de Pavimentação Asfáltica Ltda;
  • 20) Edmilson Rosa;
  • 21) Ar Pavimentação e Sinalização;
  • 22) Fernanda Regina Saltareli;
  • 23) CGS Construtora e Serviços;
  • 24) Izaquel de Souza Diniz (Gabriel Auto Car);
  • 25) Yuri Morais Caetano;
  • 26) Maxilaine Dias de Oliveira (pessoa física);
  • 27) Maxilaine Dias de Oliveira LTDA (pessoa jurídica);
  • 28) Jânio José Silvério.

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