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Mato Grosso do Sul, 9 de novembro de 2024
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Abril Azul: Presidente Gerson Claro defende ações conjuntas de apoio ao autista

Gerson Claro: “É preciso ampliar a transversalidade das estratégias de apoio que tornem possível a complementaridade das ações”

Foto: Luciana Nassar/Arquivo ALEMS

Com a conquista da legislação que garante direitos e proteção às pessoas com Transtorno de Espectro Autista (TEA), o desafio agora é implementar e integrar as políticas públicas de apoio às mães cuidadoras e aos próprios autistas quando completam a maior idade ou ao terminarem o Ensino Médio e têm dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho.

A avaliação é do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), deputado Gerson Claro (PP). O parlamentar tem destinado recursos de emendas parlamentares para instituições que atendem pessoas com necessidades especiais. Também enfatiza o empenho da Mesa Diretora e de todos os 24 deputadas e deputados estaduais na interlocução das demandas, junto ao Governo do Estado, de entidades como Juliano Varela, a Associação dos Pais e Amigos do Autista (AMAS), entre outras. 

Segundo o presidente, este domingo (02), Dia Mundial de Conscientização do Autismo, bem como todo o mês, chamado Abril Azul, é uma oportunidade para avaliar e ampliar as políticas públicas voltadas, não só para quem tem TEA, mas também para familiares e cuidadadores, em especial as mães. “É preciso ampliar a transversalidade das estratégias de apoio que tornem possível a complementaridade das ações nas áreas da Saúde, Educação e Assistência Social. Mães, que têm filhos com graus severos de autismo, precisam, muitas vezes, do apoio de profissionais da saúde mental. Várias delas são abandonadas pelos maridos, que desistem dos filhos”, comenta.

Outro desafio, segundo o presidente Gerson Claro, é ampliar as vagas nas instituições dedicadas ao atendimento de pessoas com autismo ou outras necessidades especiais. Só em duas instituições, a Juliano Varela e a AMAS, em Campo Grande, há fila de espera com 1,5 mil pessoas.  

Para a presidente de honra da Associação Juliano Varela, Malu Fernandes, a transversalidade das políticas públicas é fundamental, por exemplo, para garantir às famílias o diagnóstico das crianças. “Há casos que, no âmbito escolar, muitas vezes acabam despercebidos, sendo vistos como alunos de comportamento incontrolável

“, explica. “É necessário que haja um sincronismo entre Educação e Saúde, para que se possa fazer o diagnóstico e o laudo desta criança”, comenta.

Pesquisa

Segundo pesquisa do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos, existe um aumento na prevalência do Transtorno do Espectro Autista (TEA): uma em cada 44 crianças, aos oito anos, é diagnosticada com TEA. O aumento foi de 22% em relação à pesquisa anterior (elaborada em 2020), cuja proporção era de 1 para 54. 

Esse crescimento da prevalência do TEA pode estar associado a três fatores principais. “Primeiro, aumento do acesso aos serviços de diagnóstico, por maior esclarecimento da população, menos estigma e maior disponibilidade de serviços. Segundo, o diagnóstico dos casos mais leves, que antes não eram identificados. Terceiro, um crescimento real do número de casos até o momento já associado com maiores idades materna e paterna e uso de algumas substâncias durante a gestação, como por exemplo o ácido valpróico”, aponta a médica psiquiatra da infância e adolescência do Hospital Moinhos de Vento, Ana Soledade Graeff-Martins.

2 de abril

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2007. Essa data foi escolhida com o objetivo de levar informação à população para reduzir a discriminação e o preconceito contra os indivíduos que apresentassem o TEA. O autismo é uma condição de saúde caracterizada por desafios em habilidades sociais, comportamentos repetitivos, fala e comunicação não-verbal; entretanto, terapias adequadas a cada caso podem auxiliar e proporcionar mais qualidade de vida.

No autismo, o diagnóstico é realizado a partir da avaliação clínica. É baseado em relatos dos pais ou cuidadores e na observação da criança. Segundo a psiquiatra, alguns instrumentos, aliados a entrevistas, podem auxiliar nessa apuração, mas nenhum exame é determinante para definir o diagnóstico.

Em relação aos tratamentos adequados para o autismo, “os mais indicados são aqueles baseados em análise do comportamento aplicada, preferencialmente, com protocolo estruturado e avaliações frequentes com relação à evolução da criança”, indica. “Quanto mais os pais e cuidadores estiverem familiarizados com o funcionamento das terapias para que  possam reproduzi-lo no dia-a-dia da criança, maior será o benefício para o paciente e sua família”, reforça Ana Soledade.

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