(crédito: Paulo Pinto/Agência Brasil)
Os ministros Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, e Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, defenderam, nesta sexta-feira (14/7), trocas ministeriais para acomodar o Centrão como uma estratégia para aprovar projetos no Congresso. Durante coletiva de imprensa, em São Paulo, antes da última plenária da plataforma Brasil Participativo, que busca colher sugestões para o Orçamento Participativo e o Plano Plurianual (PPA) 2024-2027, Tebet afirmou que é necessário “sentar com quem pensa diferente e quer fazer parte do governo”.
Os principais cargos almejados pelo Centrão são ocupados por mulheres, como no caso da presidência da Caixa Econômica Federal, ocupada por Rita Serrano, e dos Ministérios da Saúde, com Nísia Trindade, e dos Esportes, com Ana Moser. Tebet reforçou que a composição do governo conta com muitas mulheres, mas ponderou que as trocas não precisam ser por outras mulheres.
“Temos o ministério mais feminino de toda a história. É claro que às vezes algum ajuste ou outro precisa ser feito, precisou ser feito no Ministério do Turismo (com a troca de Daniela Carneiro por Celso Sabino)”, afirmou a ministra. “Mas eu não tenho dúvida de que, seja qual for a alteração que for feita, as mulheres continuarão ou irão para outros ministérios, outros espaços de poder extremamente relevantes e continuarão proporcionalmente com a representatividade que têm hoje”.
O evento reuniu, ainda, as ministras Marina Silva, do Meio Ambiente, Sônia Guajajara, dos Povos Indígenas, Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania, e o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Macêdo, por sua vez, destacou que o ex-presidente Jair Bolsonaro entregou o Orçamento nas mãos do Congresso e “o presidente Lula não fez isso e não vai fazer. Não vai abrir mão de seu papel constitucional”.
“É natural que os partidos que querem dar sustentação na Câmara e no Senado reivindiquem participação no ministério e reivindiquem ministérios”, observou ele. “A decisão é do presidente da República. Os cargos são dele, assim o povo determinou nas urnas. Ele vai definir e dialogar.
Simone Tebet relembrou que é preciso abrir caminho no Congresso. “Queremos maioria para os programas relevantes e sociais do Brasil. Sabemos aonde queremos chegar”.
Ana Moser também estava na coletiva, mas não respondeu a perguntas. Um dos alvos do Centrão, a ministra do Esporte foi muito aplaudida durante seu discurso no auditório do Memorial da América Latina, repleto de representantes de movimentos sociais. A plateia gritava “Ana fica, Ana fica”.