Políticos aprovam abate de cães abandonados e doação da carne para consumo
Segundo as proposta aprovada pelos parlamentares, ela propõem medida polêmica para lidar com população de cães de rua; Dessa forma, será feito o abate de cães abandonados e doação da carne de animais domésticos para consumo em creches. Qual sua opinião?
Escrito por Compre Rural Notícias 25 de setembro de 2023 - 08h09 Atualizado em 25 de setembro de 2023 - 09h13
A Câmara Municipal de Apodi, no Rio Grande do Norte, votou a favor do projeto de lei 094/2021, de autoria do vereador Charton Rêgo (MDB), que visa enfrentar o desafio dos animais abandonados nas ruas da cidade. O projeto prevê a apreensão e abate de cães e outros animais em situação de abandono, com a carne daqueles considerados próprios para consumo humano destinada às creches e escolas do município. Apesar de ser uma medida controversa, Rêgo argumentou que ela é necessária para conter o crescimento descontrolado da população de animais abandonados.
Entre outras coisas, o PL, de autoria do vereador Charton (MDB), que foi encaminhado para sanção do poder executivo – prefeito vetou integralmente o PL -, permite que “animais que, mesmo sendo considerados domésticos, causem prejuízos a terceiros”, possam ser sacrificados pelo poder público, caso não tenham doador ou não sejam reclamados por estes. Entre os prejuízos relatados no documento, que podem ser causados por estes animais “vão desde a destruição de plantas ornamentais, à provocação de sujeiras com a eliminação de excrementos nas calçadas e vias públicas”.
Conforme o projeto aprovado, os procedimentos de apreensão e liberação de animais são claramente definidos. Na primeira identificação de um animal desconhecido nas vias públicas, ele será conduzido para fora da zona urbana. Se o mesmo animal retornar à zona urbana, será apreendido. Ao tratar de um animal com proprietário conhecido, o dono será notificado. O período máximo de apreensão não pode exceder oito dias, e o poder público ficará responsável pela alimentação dos animais durante esse período. Para a liberação, o proprietário terá que pagar uma taxa diária.
O aspecto mais polêmico do projeto envolve o abate dos animais que não forem reclamados pelos proprietários no prazo de oito dias. Os animais considerados próprios para consumo humano serão abatidos sob inspeção sanitária do município, e sua carne será destinada às creches e unidades escolares municipais. Já os animais cuja carne não seja adequada para consumo humano serão doados a pessoas físicas ou jurídicas fora da zona urbana, enquanto os animais doentes serão abatidos e enterrados.
O vereador Charton Rêgo defendeu a aprovação do projeto, destacando que, com as castrações já realizadas, essa medida é necessária para resolver o problema crescente da população de animais abandonados. O projeto, no entanto, gerou oposição por parte de grupos de proteção aos animais na cidade. Nas redes sociais, o vereador foi sarcástico em relação a perguntas sobre o destino dos animais não adotados. O projeto foi encaminhado para a sanção da Prefeitura após sua aprovação na Câmara Municipal de Apodi no dia 14 de setembro.
Francisco José Garcia, professor de direito da Universidade Federal da Paraíba, responsável pela disciplina de Direito Animal, classificou como absurdo o Projeto de Lei Nº 094/2021, de 01 de agosto de 2021, aprovado por unanimidade, na quarta-feira (14 de setembro ) na Câmara de Apodi.