Governador Tarcísio Gomes de Freitas – (crédito: Rogério Cassimiro/Governo de SP)
Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) resgataram, nesta terça-feira (11/7), um discurso do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em que ele elogia os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As declarações foram feitas no XI Fórum Jurídico de Lisboa, organizado pelo ministro Gilmar Mendes, no final de junho. Os bolsonaristas criticaram o fato de Tarcísio chamar os ministros de “juristas renomados” e afirmar que o Estado Democrático de Direito brasileiro é “vibrante”.
É hoje que os radicais do PL vão surtar!
Veja o que disse Tarcísio em Lisboa… pic.twitter.com/rMP28XQwZB— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) July 12, 2023
No discurso, Tarcísio disse que não entendia o convite feito pelo ministro Gilmar Mendes para a participação dele no evento, já que era “um mero engenheiro no meio de juristas renomados”. Em seguida, o governador cumprimentou Luís Roberto Barroso, também ministro do STF; Luis Felipe Salomão, ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ); e Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, que estava na mesa ao lado de Tarcísio.
“Quem sou eu? Um mero engenheiro, ou seja, um peixe fora d’água. Então, de repente, eu tenho que falar aqui para o ministro Gilmar, para o ministro Barroso, para o ministro Salomão, com a maior cara de pau do mundo”, disse o governador de São Paulo. Tarcísio também foi bastante criticado por influenciadores e políticos de direita na última semana, após ter apoiado a reforma tributária, uma das bandeiras do governo Lula.
Criticas à ‘judicialização da política’
Apesar dos elogios ao STF e aos ministros, o governador questionou a existência de um excesso de “judicialização da política”, críticas que também foram endossadas pelo ex-presidente Bolsonaro ao longo do governo. Para Tarcísio, o Judiciário brasileiro interfere nas decisões do Poder Legislativo.
“É importante a gente centrar na figura do legislador, porque aqui a gente tem um grande risco também, o risco da judicialização da política. É o risco de, de repente, aquilo que é definido pelo nosso legislador, que tem que ser soberano e que deve escolher as relações de Justiça que melhor se coordenam, se coadunam com as condições próprias de cada Estado. Às vezes isso não é respeitado”, afirmou.